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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

A Batalha de Lepanto e o heroísmo de São Pio V



No dia 7 de outubro de 1571, o enfrentamento das esquadras católicas contra as do Islã, no golfo de Lepanto, salvou a Civilização Cristã de terrível dano: a invasão — cujas conseqüências seriam incalculáveis — do continente europeu pelos mouros.

Por intercessão de Maria Santíssima, apesar da enorme desproporção de forças, a armada católica saiu magnificamente vencedora.


*** * ***

Vou destacar aqui um herói da batalha de Lepanto, a respeito do qual pouco se fala. Esse herói foi o Papa São Pio V.

Cristo miraculoso de Lepanto, catedral de Barcelona
O Pontífice via bem o poder otomano crescer cada vez mais, e o perigo de os otomanos se jogarem sobre a Itália ou sobre qualquer outra parte da Europa, e operarem uma invasão que poderia ter efeitos tão ruinosos ou talvez mais ruinosos do que teve a invasão dos árabes na Espanha, no começo da Idade Média.

Nessa situação, São Pio V tinha que apelar naturalmente para o varão que era o apoio temporal da Igreja naquele tempo: Felipe II, Rei da Espanha.

O Imperador do Sacro Império Romano Alemão não tinha condições, por causa da divisão religiosa no império [em razão da revolução protestante], de lutar eficazmente contra os mouros. A França estava corroída por uma crise religiosa muito grande, guerra de religião etc.

A união do poder espiritual com o poder temporal

O Papa só podia contar, dentre as grandes potências católicas, com Felipe II de um lado, e, de outro, com Veneza, que dispunha de grande poder marítimo.

Caso Felipe II se retraísse, a horda maometana desataria sobre a Itália, e depois atingiria toda a Cristandade. Seria o fim da Civilização Cristã no Ocidente. Não seria o fim da Igreja, porque ela é imortal; mas, ao que a Igreja poderia ficar reduzida, ninguém sabe.

Se não fosse a pressão de São Pio V, não se teria realizado a Batalha de Lepanto, porque a Espanha não teria mandado sua esquadra. Esta era o grande contingente decisivo dentro das esquadras aliadas que lutaram e venceram em Lepanto.

Sao Pio V vê a vitória de Lepanto, Notre Dame de Fourvière, Lyon
Assim se compreende melhor por que razão houve a famosa aparição a São Pio V.

Ele estava numa reunião de cardeais, em Roma, e em certo momento levantou-se e rezou um terço pela vitória dos católicos sobre os maometanos, decisiva para a Cristandade. Enquanto o Papa rezava o terço, teve a revelação da vitória das esquadras católicas.

São Pio V foi um verdadeiro herói, como Dom João d’Áustria e os outros grandes guerreiros que venceram em Lepanto.



Plinio Corrêa de Oliveira, 7/10/75.


Fonte: As Cruzadas

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Monge Armênio Hovannés - OS CRUZADOS FORAM O BRAÇO MISERICORDIOSO DO DEUS TODO-PODEROSO

Chegada dos cruzados a Antioquia,Sébastien Mamerot, Les Passages d’Outremer, Fr 5594, BnF


O monge armênio Hovannés [João] que morava em Antioquia durante o sítio cruzado, assistiu à sua subsequente invasão, ao sítio maometano e, por fim à libertação final, num combate humanamente inexplicável, deixou uma crônica bastante pormenorizada de como aconteceram esses fatos:

“(…) Naquele ano [Nota: fala das operações militares do ano 1098] o Senhor visitou o seu povo, segundo está escrito: “Eu não vos abandonarei nem me afastarei de vós”.
“O braço todo poderoso de Deus foi o nosso guia.

[Os Cruzados] trouxeram o estandarte da Cruz de Cristo, e depois de ostentá-lo pelo mar, massacraram uma multidão de infiéis e puseram os outros a fugir pela terra.

Tomaram a cidade de Nicéia e a sitiaram por cinco meses.

Depois vieram ao nosso país, na região da Cilícia e da Síria, e atacaram, postando-se em volta da metrópole de Antioquia.

Durante nove meses, fizeram a cidade e as regiões vizinhas passarem por momentos difíceis.

Por fim, como a captura de uma cidade de tal maneira fortificada não estava na capacidade dos homens, Deus todo-poderoso, por meio de seus conselhos, obteve a salvação e abriu a porta da misericórdia.

Tomaram a cidade e com o fio da espada mataram o arrogante dragão com suas tropas.

Mas, após um ou dois dias, uma imensa multidão de maometanos reuniu-se ao pé das muralhas, para trazer socorro a seus congêneres.

Em virtude de seu grande número, os infiéis menosprezavam o pequeno número de cristãos; eram insolentes, como o foi o faraó, proferindo este frase: “Eu os matarei com minha espada, minha mão dominar-vos-á”.



Sitio de Antioquia,  f 52,Sébastien Mamerot, Les Passages d’Outremer, Fr 5594, BnF.

Durante quinze dias, os cruzados ficaram reduzidos à maior das angústias, e esmagados pela aflição, pois faltavam os alimentos necessários para a vida dos homens e dos animais.

Muito debilitados e espantados pelo número imenso de infiéis, reuniram-se na grande basílica do Apóstolo São Pedro e, com um poderoso clamor e uma chuva abundante de lágrimas, pediram numa só voz, mais ou menos isto:

“Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, em quem nós esperamos e por cujo nome nesta cidade nós somos reconhecidos como cristãos, Vós nos conduzistes até este local. Se nós pecamos contra Vós, tendes todos os meios para nos punir, mas livrai-nos dos infiéis, a fim de que eles, intumescidos de orgulho não possam dizer: ‘onde está o seu Deus?’”


Cruzados formam em ordem de batalha, f 71,Sébastien Mamerot, Les Passages d’Outremer, Fr 5594, BnF 

“E, tomados pela graça da oração, uns encorajavam os outros, dizendo: ‘O Senhor dará força a seu povo; o Senhor abençoará o seu povo na paz’”.

E cada qual se lançou sobre o cavalo e correram contra os ameaçadores inimigos dispersando-os, pondo-os em fuga e os massacraram até o pôr do Sol.

Tudo isso causou grande alegria aos cristãos, e houve abundância de trigo e de cevada, como nos tempos de Eliseu às portas de Samaria.

Por isso eles aplicaram a si mesmos o cântico profético: “Eu te glorifico, Senhor, porque Vós cuidastes de mim, e Vós fostes causa de eu não alegrar a meu inimigo”.

(Fonte: Récitdu moine arménienHovannés (Jean) à lafin d’unmanuscritcopié par luiaumonastère de saint-Barlaam, danslaville haute d’Antioche, pendant lesopérationsmilitaires de 1098. Traduitdulatin de latraductionfaitesurletextearménien par lepèrePeeters, « MiscellaneaHistorica Alberti de Meyer », Louvin, 1946, p. 376, apud Internet Medieval Sourcebook) 

Fonte: http://ascruzadas.blogspot.com.br/2014/02/monge-armenio-hovannes-os-cruzados.html